quarta-feira, 5 de maio de 2010

Parte IV


Meus filhos eram tudo pra mim, mas meu filho morava com a minha mãe e eu o via todos os dias afinal morávamos perto. Ele adorava a irmã dele, ele tinha doze anos e quando vinha pra casa ficava muito na rua com os colegas, o pai da minha filha o chamava de “o marechal da rua”.
Com o nascimento da minha filha imaginei que o pai dela, o Antonio fosse mudar pra melhor mas foi ao contrario, minha filha tinha problema alérgico, tinha que estar com ela direto no medico e o pai dela só vivia nos bares bebendo sem parar, isso estava me deixando revoltada.
Eu trabalha, cuidava da casa e ele só bebia e brigava, cheguei a quebrar todas as garrafas de bebidas que tinha em casa. Mas pra que? Ele ia ao bar. Quando chegava dizia que queria jantar, eu esquentava a comida ai ele dizia que ia tomar uma dose, a comida esfriava, eu cansada ia dormir pra não ficar perto dele. Colocava minha filha no meio da cama e meu filho na sala assistindo tv.
Eu não suportava essa vida, no dia seguinte à mesma coisa... Pegava minha filha e ia pra minha loja.
Eu nunca entendi. Tinha tudo pra gente ser feliz, eu era uma pessoa bem sucedida, tinha carro e ótica, bonita e cheia de vida, mesmo assim ele não me valorizava.Ele deveria sentir orgulho, eu bonita lhe dei uma filha linda. Só dependia dele ser feliz e me fazer feliz.
Ele era mulherengo e safado. Um velho que chegava ser nojento perto de mim quando queria sexo. Por minha família ser muito simples, ele não os tratava bem, me lembro um certo dia em que meu pai foi almoçar na minha casa, ele foi pro bar e não voltava, quando chegou abriu a porta da sala e disse em alto e bom som:
 - Bom dia seu Antenor.
Meu pai o respondeu educadamente.
- Bom dia seu Antonio.
Ele simplesmente deu as costas, foi até a cozinha, depois abriu a porta da sala e voltou pro bar. Eu já tinha colocado o almoço na mesa, meu pai ficou tão triste com tal atitude, um tanto sem graça ele disse:
 - Filha, vou embora.
- Vou te levar.
Eu disse.
Peguei minha filha e no carro disse:
- Pai, nunca trai o Antonio e amo minha filha, irei arrumar alguém e sair dessa vida, dessa casa. Não agüento mais.
Minha lágrimas caiam e meu pai apenas respondeu:
- Também filha, foi casar com um homem que tem idade de ser seu pai.
Fui pra casa dos meus pais, almoçamos e não comentamos com a minha mãe o ocorrido, não ia resolver nada mesmo. Chegou o final da tarde e voltei pra casa e como de costume, Antonio estava bêbado, nem me deu atenção, nem pra nossa filha. Fui dormir.

"Amanhã será um novo dia"